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|RESENHA| A ESPERANÇA

Autora: Suzanne Collins

Ano: 2011 / Páginas: 424

Editora: Rocco Jovens Leitores

Nota: 4 de 5 estrelas 


SINOPSE

Katniss conseguiu sair da arena pela segunda vez, mas, mesmo assim, ainda não está a salvo. A Capital está irritada e quer vingança e, por isso, inicia uma represália a toda a população. Numa trama tão violenta quanto psicológica, Suzanne Collins consegue provocar, em A Esperança, um debate sobre a moral e os valores da guerra e as consequências das escolhas feitas por cada um dos personagens.


RESENHA

Finalmente cheguei ao capítulo final da minha releitura, depois de obter uma visão completamente diferente de Jogos Vorazes e Em Chamas, A Esperança veio para solidificar meu novo entendimento sobre a trilogia de Jogos Vorazes e a mensagem que a Suzanne Collins queria passar. 

A Esperança é um livro bem triste. A Revolução está a todo o vapor, a verdade foi finalmente exposta, mas o que deveria ser o auge da Katniss acaba sendo sua maior queda. É tudo tão real e cruel que dói, a Katniss passa metade do livro drogada e quando não está drogada, continua sendo usada como uma peça, só que agora pelos membros da revolução. De um jeito ou de outro ela é um peão e ela sabe, a diferença aqui é que com os rebeldes ela tem status para exigir algumas coisas e até que ela faz um bom uso disso. 

Sinceramente, eu não sei o que pensar desse livro, sinto que é mais complicado do que gostar ou desgostar. Para além da Katniss e seu sofrimento, temos todo o desenrolar da guerra, temos o Peeta que finalmente está aparecendo – quem leu minhas outras resenhas e ouviu o Blinkast sabe o que acho dele – e todo um distrito novo para se familiarizar. 

Foi bom ver o Peeta mais a frente das coisas, mesmo que em uma situação ruim. Nos primeiros livros ele funciona como uma sombra da Katniss, existindo para garantir a existência dela e honestamente, chega a ser forçado e cansativo. Aqui, após tudo que ele passou nas mãos da Capital e como se ele enxergasse além dela por um momento – gostaria inclusive que isso fosse mais explorado, que esse lado dele tivesse recebido mais atenção – foi realmente bem forte o que aconteceu com ele, servindo para mostrar que o conceito de “final feliz” é abstrato e difere de uma pessoa para outra. 

E é por isso que eu digo que não sei o que pensar sobre esse livro, a guerra teve um fim, os protagonistas estão vivos, os rebeldes venceram e ainda assim não é um sentimento de felicidade que fica, pelo contrário. Para mim ficou um sentimento de tristeza tão profunda, porque de certa forma, essa é nossa realidade e essa é a lição dura e cruel. Mesmo vencendo, mesmo sobrevivendo, a guerra deixa marcas que nunca podem ser apagadas e cabe a nós arranjar um jeito de sobreviver com esses traumas tentando afetar os outros o mínimo possível. 

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