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|COMENTÁRIOS| O MUNDO SOMBRIO DE SABRINA 1ª TEMPORADA - COMPLETA



Finalmente acabei minha maratona de O Mundo Sombrio de Sabrina, que estreou pela Netflix no dia 26 de outubro e tem dado muito o que falar. 

A série, que tem como protagonista a meia-bruxa Sabrina Spellman, é uma nova versão do seriado teen que foi ao ar nos anos 90, porém, essa versão tem uma abordagem bem mais dark que a antiga. Baseada na HQ de mesmo nome, O Mundo Sombrio de Sabrina traz a luz o lado mais satânico da bruxaria, fugindo dos clichês já conhecidos e abordando temas tabu ao mesmo tempo que trata o satanismo como qualquer outra religião. 

Kiernan Shipka interpreta Sabrina, a meia-bruxa que tem que conciliar o seu lado bruxo com o mortal, ao mesmo tempo que batalha contra as forças sombrias que ameaçam sua cidade e a vida de seus amigos e do seu amado Harvey Kinkle (Ross Lynch). No decorrer da série vemos que essa tentativa de conciliação da Sabrina não dá muito certo e isso fica visualmente provado nos primeiros episódios aonde o núcleo mortal da série parece distante e desconectado do restante da série, só voltando a se reconectar mais para o meio. 

Além do namorado da Sabrina, o núcleo de mortais também conta com Rosalind “Roz” Walker (Jaz Sinclair) e Susie Putman (Lachlan Watson), amigos da bruxinha, e mais alguns aleatórios que não tem muita relevância. Mesmo passando a maior parte da série “desconectadas” de um dos plots principais, Susie e Roz conseguem roubar a cena e conquistar a simpatia dos fãs, tendo um desenvolvimento bem interessante que eu espero que seja abordando na parte dois da temporada. 

Quanto ao resto da família Spellman, Zelda (Miranda Otto), Hilda (Lucy Davis) e Ambrose (Chance Perdomo) dão um show, tem muitas cenas que eles são muito mais interessantes que a Sabrina e eu queria que a história pessoal de cada um fosse um pouco mais aprofundada. Vimos um pouco da real relação entre a Zelda e a Hilda e eu só queria que mostrassem mais disso, as atrizes deram um show de atuação e seria um desperdício não aproveitar todo o potencial que pode aparecer ao aprofundar a história das duas, principalmente da Hilda que com certeza é mais do que aparenta ser. Já o Ambrose, que homem maravilhoso viu! Fiquei bastante curiosa sobre o passado dele e o que foi mostrado na série não foi nem perto do suficiente para aplacar essa curiosidade, espero que ele tenha mais destaque na próxima parte e que tenha mais cenas com a Sabrina, as interações deles foram muito boas e dinâmicas. 

Impossível falar dos Spellman e não falar da Igreja da Noite, o núcleo bruxo da série é maravilhoso, a fidelidade satânica é impressionante e a forma que eles jogam vários tabus na nossa cara sem medo é revigorante, mas, para mim o que mais me chamou atenção sobre o núcleo bruxo foi a forma que retrataram o fanatismo religioso do lado de lá. Reverendo Blackwood (Richard Coyle), Prudence (Tati Gabrielle), Agatha (Adeline Rudolph), Dorcas (Abigail F. Cowen) e até a própria Zelda foram a prova viva de que seja com Deus ou o Diabo o fanatismo está ai para alienar a todos, as cenas das cerimonias bruxas foram de arrepiar e é quase impossível não comparar com algumas cerimonias de religiões de Deus, apenas divergindo em que na religião satânica eles parecem levar a palavra bem mais literalmente do que as pessoas das religiões de Deus. 

Obvio que eu não poderia deixar de falar da Srta. Mary Wardwell/Madame Satan (Michelle Gomez), que com sucesso manipulou a Sabrina a temporada inteira e uma das poucas a servir o Dark Lord sem se desviar do caminho não sagrado. A atriz entrega uma atuação maravilhosa, sexy, ousada, desafiadora, com trejeitos marcantes que inconsciente atraem o foco do telespectador para ela, Gomez se encaixou perfeitamente no papel e cresceu na série, deixando muitos fãs divididos entre gostar e não gostar dela.

Por fim, O Mundo Sombrio de Sabrina, por mais sombrio que seja, ainda é uma série adolescente e claro que vai aparecer um clichê ou outro que todos acham desnecessário, mas ainda fazem sucesso e atraem público. Mesmo com esses clichês, a série entrega o que promete, demora um pouco para se encontrar entre mortais e bruxas, mas no fim tudo dá certo e temos o melhor dos dois mundos a nossa disposição. 




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