|COMENTÁRIOS| THE OUTPOST S01XE02 - TWO HEADS ARE BETTER THAN ONE
Por: Amanda Dias
Não é segredo que pilotos têm baixo orçamento, principalmente quando comprados de estúdios pequenos, impedindo a produção de mostrar o seu potencial. Além disso, os atores não costumam estar confortáveis com seus papéis, o que me leva a dar uma segunda chance à The Outpost. Será que a série se transformou após a aquisição da CW para uma temporada de dez episódios?
Na primeira cena, Marshal (Andrew Howard) investiga a morte de Magmoor (Richard Ashton). Junto ao corpo, ele encontra a espada pertencente a outro soldado, mas acredita que o homem “seja burro demais para tê-lo matado”. A preocupação do líder só aumenta ao perceber a ligação entre o morto e Everit Dred (Philip Brodie), um poderoso líder religioso e vilão da temporada. Por isso, deve encontrar o culpado antes que as consequências recaiam sobre ele.
“He is more dangerous to you dead than alive.” Perto dali Talon (Jessica Green) acorda e confronta seu salvador, interpretado por Kevin McNally. Ele revela a existência de uma profecia: “quando a lua se tornar chamas, um blackblood invocará os matadores de homens para conquistar e eliminar os opressores”, o que seria motivo para pessoas poderosas quererem o seu povo extinto. Pelo menos os roteiristas não esconderam a razão por muito tempo, algo que considero positivo. Também, ele entrega o pergaminho com um encantamento que será abordado mais tarde na narrativa.
Outra questão a ser respondida é o porquê Gwynn (Imogen Waterhouse) temia Magmoor, estaria prometida em casamento ou sabia demais? De qualquer modo, ao saber de sua morte comemora com o Capitão Garret (Jake Stormoen), quem não parece tão apaixonado por ela. Como comentei na resenha anterior, é óbvio que a storyline caminha para um triângulo amoroso, no qual a loira irá perder. Por sinal, se depender do General Calkussar (Michael Flynn), pai dela, os dois jamais ficarão juntos.
Mais tarde, um tema incomum para o gênero é abordado: as drogas. O pó esverdeado chamado colipsum se tornou febre no reino, principalmente entre os soldados exaustos. No Forte, a traficante de drogas é interpretada por Robyn Malcolm, a dona do bar local que está enriquecendo com a crescente demanda. Sinceramente, estou curiosa para descobrir a importância da substância para a trama, pois foi uma escolha audaciosa dos roteiristas.
De qualquer forma, toda a vez que The Outpost dá um passo para frente, volta duas casas para trás. Talon ignora as instruções de não ler o pergaminho em voz alta, consequentemente invocando um demônio de CGI (imagens de computação gráfica) tão ruim quanto os de Once Upon A Time! A criatura escapa pela janela e promete causar problemas para a personagem no próximo episódio.
Depois, ela volta à casa do homem que a salvou, irritada por ele não ter mencionado as consequências do pergaminho. Ele explica que isso foi possível por causa da ligação sanguínea dos blackbloods: a raça é metade humana e metade demônio. Esse tema foi abordado incontáveis vezes em variadas produções, eles não tinham nada mais criativo?
“Because when you are dead, at least there will be someone to remember what you died for.” No último terço do episódio, Marshal coloca a blackblood sob custódia após uma luta melhor coreografada em relação ao piloto. A punição para homicídio é a guilhotina e sua execução é marcada para a manhã seguinte, mas isso não acontecerá se depender de Garret. Após Talon revelar os motivos pelos quais assassinou Magmoor, o Capitão elabora um plano para salva-la.
Porém, Marshal quer evitar imprevistos e decide executá-la em seguida. Um detalhe interessante é a realização do julgamento, algo comumente evitado para economizar tempo de cena. Até o último momento, ela declara autodefesa e que o homem teve o que mereceu. Quando a lâmina está prestes a cortar sua cabeça fora, Gwynn aparece e testemunha a seu favor, quem diria?
A nobre assume responsabilidade pela prisioneira, o que não é suficiente para ser libertada. O líder decide seguir com o plano, para aflição da audiência, já que outra solução não parece possível. No último segundo o cavaleiro de armadura brilhante arremessa sua espada que crava contra a parede de pedra e impede a lâmina de cortar o pescoço de Talon. Definitivamente, tudo é possível em The Outpost e não sei se isso é um elogio.
Por fim, o soldado Kell (Thor Knai), visto anteriormente se sentindo muito cansado e consumindo colipsum, está passando mal e é socorrido pelo melhor amigo. Para o terror de Garret, o loiro se transformou em plagueling: uma espécie de zumbi medieval que se esconde na mata ao redor do Forte. Antes que ele possa ser infectado, a recém-libertada Talon o mata com um golpe certeiro na boca, onde fica o agente infectante. Será que a contaminação aconteceu após a luta em One is the Loneliest Number do lado de fora do Forte? Lembro dele retirar um da perna, mas não era visível se havia atingido só a armadura.
Two Heads Are Better Than None demonstra melhora, mas não suficiente para corresponder as expectativas. Os atores Stormoen, Howard e Barochia carregam a série nas costas por se adaptarem rapidamente aos papéis, ao contrário da personagem principal que continua forçando demais. Falando em forçar, as músicas ‘épicas’ de fundo são incômodas e expõem a tentativa de tornar as cenas mais interessantes do que realmente são.
Talvez em outra emissora The Outpost tivesse uma chance.
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