|RESENHA| A RAINHA VERMELHA

Aos 45 do segundo tempo eu consegui concluir minha leitura do segundo livro escolhido para o Desafio Literário Livreando! Como vocês podem conferir na minha TBR de Fevereiro, eu escolhi os temas: Livro com a cor Roxa ou Lilás (veja a resenha aqui) e Livros com Reis e Rainhas. 

No tema Livro com Reis e Rainhas eu escolhi A Rainha Vermelha, da Victoria Aveyard.

Autora: Victoria Aveyard

Ano: 2015 / Páginas: 422

Editora: Seguinte
Nota: 4 estrelas

Sinopse

O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.

Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso. Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?

Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

Resenha

Mare Barrow é artista! No início eu não fui muito com a cara da protagonista da trama, mas no desenvolver da leitura eu acabei gostando mais e mais dela e de como a personagem foi construída. “ Do lixo ao luxo” é a definição mais que perfeita para descrever a primeira parte da trajetória da Mare nesse livro, a forma como ela vai descobrindo um mundo novo e tenta não se deixar influenciar é completamente associável com o mundo real e chega a lembrar vagamente das histórias onde pessoas comuns tem “sorte” e são escolhidas pela realeza (alô Diana, Meghan, Kate) para uma vida de suposta felicidade eterna. 

Claro que esse não é o caso da Mare, desde o momento que ela pisou no Palacete ela deixou de se uma pessoa, se tornando uma arma, um meio, um bode expiatório para o plot que foi muito além do que eu poderia imaginar. Digo com tranquilidade, esse livro é uma distopia incrível e merece ser lido por todos que gostam do gênero, a forma que a trama vai se revelando, as máscaras vão caindo e os plots twists vão acontecendo deixam o leitor de queixo caído, principalmente a reviravolta nos capítulos finais, que eu duvido muito que alguém tenha imaginado que iria acontecer. 

Uma das partes que eu mais gostei foi a relação das casas, cores e poderes, inclusive queria achar algum lugar onde tivesse essa lista separada, pois isso é muito interessante. A mitologia que a autora usa para escrever o livro bate muito perto de casa, na realidade vivemos em uma sociedade separada por cor, no livro ela é separada por sangue, força e poder, três itens extremamente relevantes que se fazem presentes durante todo o livro, nos lembrando a verdadeira intenção da história. 

Confesso que não gostei muito da parte do romance, mesmo entendendo que é necessário e nesse livro teve um papel muito importante. Eu estou um pouco cansada de ver uma protagonista incrível acabar se limitando por causa de romance, parece que esse sempre será o clichê da personagem feminina forte, o ponto fraco é sempre um romance, um príncipe – ou dois – que no fim vão influenciar alguma decisão importante da protagonista e provavelmente vão levar o crédito por isso. 

O bom é que o romance desse livro nem vai muito por esse caminho, e eu gostei do que a autora fez e de como ela desenrolou a história da Mare com os irmãos, tudo milimetricamente arquitetado e projetado para o fim caótico perfeito, mas não deixo de ficar decepcionada em saber sempre o romance será o ponto fraco de personagens femininas poderosas.