|RESENHA| GAROTO ENCONTRA GAROTO
E a primeira resenha do Desafio Literário Livreando de fevereiro já está prontinha para vocês! Há uns dias atrás eu postei aqui minha TBR para esse mês e com ela os temas que escolhi para executar o desafio. E o primeiro tema lido foi: Livro com Capa Roxa ou Lilás.
Autor: David Levithan
Ano: 2014 / Páginas: 240
Editora: Galera Record
Nota: 2 estrelas
Sinopse
Paul estuda em uma escola nada convencional. A rainha do baile é uma quarterback drag queen, líderes de torcida andam de moto e a aliança entre gays e héteros ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar. Paul conhece Noah, o cara dos seus sonhos, mas estraga tudo de forma espetacular. E agora precisa vencer alguns desafios antes de reconquistá-lo: ajudar seu melhor amigo a lidar com os pais ultrareligiosos que desaprovam sua orientação sexual, lidar com o fato de a sua melhor amiga estar namorando o maior babaca da escola e, enfim, acreditar no amor o bastante para recuperar Noah.
Resenha
Garoto Encontra Garoto é um livro bom e apenas isso, não é uma obra impactante que vai mudar sua vida, mas também não é um completo desperdício de tempo.
Nesse livro Levithan comete o mesmo erro que cometeu em “Á Primeira Vista”, onde apresenta uma história cheia de potencial, mas acaba desenvolvendo de forma superficial, parece que ele estava empolgado com ideia e desistiu no meio.
Paul é o protagonista da história, um cara abertamente gay que se apaixona e a história é basicamente essa, o que ele faz com essa paixão, como ele vive ela e como ele deixa os seus outros relacionamentos afetarem esse sentimento novo que surge. Não vai muito além disso, claro que temos outros personagens como Tony, Infinite Darlene, Kyle e até a Joni, mas Paul é o protagonista e o livro todo é uma jornada superficial sobre romance adolescente.
Entendo a necessidade de fazer literatura LGBT que saia do eixo “sofrimento profundo – descoberta – final possivelmente feliz”, mas isso não quer dizer que é para substituir os personagens heterormativos em histórias clichês e sem graça por personagem LGBTS e esperar que a comunidade aceite de braços abertos sem questionar, afinal isso não é representatividade, é apenas substituição. E o próprio autor traz isso no livro em uma passagem cujo o personagem LGBT filho de pais religiosos diz o quanto é mais fácil a vida do personagem LGBT que vive com uma família que o aceita e o ama do jeito que ele e, e na minha opinião esse é o momento mais real do livro e mais forte também, onde realmente pode se fazer uma conexão com o personagem.
Ao longo do livro, confesso que várias vezes perdi o interesse no Paul, queria saber mais sobre o Tony e seus desafios, sobre a Infinite Darlene e sua história de vida, sobre o Kyle e seus motivos para fazer o que fez, queria ver mais da Joni e sua inevitável desilusão. E ao chegar no final do livro é um pouco decepcionante ver que nunca saberei nada disso, que no fim foi tudo a jornada clichê do Paul em busca de algo que todo mundo já está cansado de ler/ver/ouvir, seja na ficção ou na vida real.
Garoto Encontra Garoto é um livro bom e apenas isso. Se for para representar LGBT, escreva algo que de fato represente a comunidade e que não apenas substitua um casal hétero por um casal LGBT em uma história que todo mundo já sabe como termina.
Bem sincera, gostei do seu posicionamento. Entendo como deve ser um pouco decepcionante ler um livro esperando algo mais profundo e vir só aquela coisa rasa.
ResponderExcluirO sentimento é esse mesmo, gosto do Levithan e ele tem muito potencial, mas parece que não quer se aprofundar.
ExcluirEu sou louca pra ler algo desse autor, e Will and Will tá na minha lista há anos. Mas que triste que a leitura te decepcionou! Muitas vezes leituras com proposta representativas acabam não conseguindo atingir os objetivos mesmo.
ResponderExcluirWill e Will eu já li e gostei, com certeza é melhor que esse.
ExcluirSempre tive um pé atrás na hora de ler David Leviathan!
ResponderExcluirGostei de ver tua opinião sobre o livro e confesso que se fosse só a sinopse, teria me animada em ler haha de qualquer jeito, vou deixar esse livro na minha lista de leitura, quem sabe um dia eu leia!
Parabéns pela resenha!!
Minha resenha foi um pouco revoltada kk Mas como eu disse, o livro é bom. A sinopse engana um pouco, mas vale a pena a leitura, é só não ir com muitas expectativas.
ExcluirAchei bem legal o teu posicionamento em relação o enrendo e a temática do livro. Não conheço o autor, mas acho interessante que ele tenha construído o romance, uma pena que não tão bom segundo sua posição. De qualquer forma, acredito que haja outras obras que apresentem melhor uma história que envolva a temática e a represente mais firmemente a causa. Se encontrar, dar umas dicas aqui. Sempre bom ter alguém para nos direcionar. ;) abraços
ResponderExcluirEu recomendo o livro de Cameron Post, escrevi sobre ele no mês passado e é muito bom! Um leitura que realmente vale a pena.
Excluirolá!
ResponderExcluirNão conhecia este livro, para quem curte um romance parece ser uma boa opção.
Parabéns pela resenha!
Abraços.
Oie, que bom que gostou!!
ExcluirVocê foi bem sincera e essa parte é a que cativa o público, eu realmente não conhecia sobre esse livro, mas quem sabe eu me permita dar uma oportunidade para essa leitura.
ResponderExcluirPosso ter me exaltado um pouco, mas é o que sentir ao ler. O livro é bom, eu recomendo a leitura, é só não ler com muitas expectativas.
ExcluirEu achei a sinopse bem interessante, fiquei curiosa e nunca li um livro lgbt antes. Eu penso ao contrario, acho importante romances adolescentes assim dignas de sessão da tarde para normatizar os relacionamentos lgbt. Tudo o que é voltado para lgbt normalmente é com sofrencia e sexo,como se qualquer pessoa lgbt fosse resumida a isso. Tem um amiga minha que escreveu um livro, chama-se O Guia de Espionagem para Cavalheiros (acho que é só em e-book),são personagens gays os protagonistas e espiões. Ela acha importante normatizar os casais gays e os mostrarem fazendo coisas normais além de focar só em relacionamento.
ResponderExcluirBites!
Tary Belmont
Eu entendo e sou a favor de histórias que fujam desse eixo, porém não sou a favor da substituição do personagem hetero pelo lgbt, até porque no romance em si a pessoa lgbt tem uma história mais complexa e quando isso não é desenvolvido como merece, a história cai em um clichê de heteronormatividade que acaba não representando a comunidade.
ExcluirMe interessei pelo livro da sua colega, irei pesquisar.