|RESENHA| LEAH FORA DE SINTONIA

Autora: Becky Albertalli

Ano: 2018 / Páginas: 320

Editora: Intrínseca
Nota: 5 de 5 estrelas

Sinopse

Sequência do sucesso Com Amor, Simon.

Leah odeia demonstrações públicas de afeto. Odeia clichês adolescentes. Odeia quem odeia Harry Potter. Odeia o novo namorado da mãe. Odeia pessoas fofas e felizes. Ela odeia muitas coisas e não tem o menor problema em expor suas opiniões. Mas, ultimamente, ela tem se sentido estranha, como se algo em sua vida estivesse fora de sintonia. No último ano do colégio, em poucas semanas vai ter que se despedir dos amigos, da mãe, da banda em que toca bateria, de tudo que conhece. E, para completar, seus amigos não fazem ideia de que ela pode estar apaixonada por alguém que até então odiava, uma garota que não sai de sua cabeça.

Nesta sequência do sucesso Com Amor, Simon, vamos mergulhar na vida e nas dúvidas da melhor amiga de Simon Spier. Em um livro só dela, mas com participações mais do que especiais dos personagens do primeiro livro, vamos acompanhar Leah em sua luta para se encontrar e saber com quem dividir suas verdades e seus sentimentos mais profundos.

Resenha

Eu nem sei como começar essa resenha, acabei de ler o livro e de certa forma ainda estou sentindo o impacto. O tanto que me identifiquei com a Leah é completamente surreal, talvez seja por isso que eu esteja um tanto emotiva e sem saber por onde começar, então vão me desculpando se isso ficar meio confuso ou pessoal demais. 

Na condição de jovem adulta e pertencente a comunidade LGBTQ+, eu digo com toda a certeza que Leah fora de Sintonia é o livro que todo o jovem bissexual deveria ler, na verdade, todo mundo independentemente de orientação sexual deveria ler – mas foquei no jovem bissexual porquê em tempos de invisibilidade é mais do que importante disseminar entre a comunidade uma protagonista bissexual, nerd, gente como a gente que só quer se encontrar. 

Ao ler esse livro eu me vi, a cada página passada, a cada surto da Leah, a cada momento de questionamento sobre a vida, eu me vi e isso tem um peso tão grande que eu fico realmente sem saber como botar em palavras a sensação que me traz. Leah sou eu, Leah é você, Leah representa uma quantidade absurda de jovens que não são vistos, não são ouvidos e principalmente não são representados e isso é o que faz esse livro tão especial para mim, então muito obrigado Becky Albertalli por ter me proporcionado isso. 

Agora sobre o plot do livro em si, por já temos visto um pouco da personagem em Simon vs a Agenda Homo Sapiens vemos que nem tudo é o que parece, principalmente um ano após os acontecimentos do primeiro livro. Leah Burke é uma adolescente com problemas iguais a qualquer outro e pasmem, o fato dela ser bissexual não é um desses problemas, pelo contrário, ela está bem com sua sexualidade e inclusive já saiu do armário para mãe dela que é uma pessoa super acessível e gente boa. 

No decorrer do livro acompanhamos Leah e o resto do grupo – Simon, Abby, Nicki, Morgan, Anna, Nora, Garret e cia durante o seu último ano do colegial, o ano das despedidas, revelações e a temida busca pela faculdade dos nossos sonhos. É nesse contexto que somos reinseridos ao universo da Creekwood e que vemos o desenrolar de uma história de descobertas, aceitação e um amor tão puro e bem construído que aquece o coração de um jeito que é quase impossível não se apaixonar pelo livro. 

A escrita de Becky é gostosa de ser lida, sabendo equilibrar perfeitamente os momentos tensos com coisas boas, os momentos tristes com risadas e acima de tudo captando muito bem a essência da loucura de ser um adolescente vivendo o último ano. E algo que eu não posso deixar de falar é a forma que mesmo o livro sendo focando na Leah, a Becky deu um jeito de encaixar todos os personagens de um jeito que deu para se conectar com todos – até mesmo aqueles desnecessários. Isso na minha opinião é um dos vários pontos altos do livro, pois mostra que nenhuma história se faz só com a protagonista, tem todo um contexto por trás e principalmente em histórias sobre adolescentes, esse contexto deve ser explorado.