|COMENTÁRIOS| THE 100 S05XE05 - SHIFTING SANDS
Por: Amanda Dias
“They are not crazy, they are fanatical. Fanatics make good soldiers.” O quinto episódio da temporada acompanha a jornada do exército grounder por uma terra desértica. Seja pelas ameaças escondidas na areia ou pelos inimigos aguardando do outro lado, o resultado será sanguinário.
Acredito que a personagem mais interessante deste episódio é Charmaine Diyoza, interpretada pela atriz-convidada Ivana Milicevic. Por ser uma terrorista e líder de um grupo de criminosos, espera-se um comportamento frio, deixando uma trilha de corpos, uma vilã. Porém, a audiência sabe que tal denominação não existe na realidade pós-apocalíptica da série, ela está apenas cumprindo a promessa que fez ao povo dela, o que a torna inimiga dos personagens principais.
No início, é revelado um antigo relacionamento entre ela e McCreary (William Miller), durante a mineração no asteroide. Mesmo que ambos afirmem que foi apenas algo carnal, as faíscas são visíveis. Além disso, o serial killer é o braço direito dela e a dinâmica entre os dois flui bem.
“Once the demon comes out, you pull that trigger.” Não demora muito para sabermos mais sobre o porquê de eles precisarem de um médico. Abby (Paige Turco) recebe seu primeiro paciente: Vinson (Mike Dopud), seu personagem é construído com as características que considero mais assustadoras. Do lado de fora, parece ser calmo e educado, mas a coleira ao redor de seu pescoço é um lembrete do contrário. Ele é uma bomba-relógio, não consegue controlar “os seus instintos mais primitivos”, de acordo com Diyoza.
Durante a mineração, os prisioneiros entraram em contato com alguma substância ou minério que causaram o desenvolvimento de tumores. Graças as pesquisas realizadas pelo falecido médico da nave Gagarin, a Dra. Griffin talvez possa encontrar uma cura. Enquanto ela for útil para o grupo, não será descartada. O mesmo não pode ser dito sobre Kane (Henry Ian Cusick), que oferece informações sobre o grupo de Octavia (Marie Avgeropoulos), na tentativa de sobreviver. Algo que discutirei mais tarde.
“I’m the one who lock the weapon system.” Ainda em Shadow Valley, a líder descobre sobre o exército de grounders que seguem Octavia cegamente. Consequentemente, Diyoza precisará utilizar os mísseis da nave, que estão bloqueados por um código. Assim, McCreary decide obter respostas de Raven (Lindsey Morgan) e Murphy (Richard Harmon) à força, mas é impedido por Shaw (Jordan Bolger). Para a surpresa de alguns, o verdadeiro culpado é ele e está disposto a seguir o plano de Raven para libertá-los. O fato de não ser diretamente parte do grupo, torna-o um elo frágil, algo comentado em resenhas prévias.
Murphy consegue escapar e encontra o grupo da Arca, enquanto Shaw desbloqueia os mísseis, porém ele ainda utiliza a coleira, o que impede de sair do radar. Chegando ao limite do alcance, o aparelho dá um choque e não há outra escolha além de permanecer escondido no Vale junto de Emori (Luisa d’Oliveira), quem mostra ainda possuir sentimentos por ele.
Essa é a parte mais confusa do episódio: Shaw afirma para a líder que deixou Murphy escapar, pois o rastreador os levaria direto para o resto dos sobreviventes. Ao ouvir isso, Raven se revolta e chama o hacker de traidor. Seria tudo parte do plano dela ou não será tão fácil trazê-lo para o outro lado?
Ao mesmo tempo, Wonkru segue pelo deserto em direção ao Eden, contrários a recomendação de Clarke (Eliza Taylor). Afinal, por que considerariam a opinião daquela que passou seis anos naquele lugar? É mais um indicativo da infantilidade de sua líder, Octavia. Entre armas apontadas para seu irmão, Bellamy (Bob Morley), e decisões apressadas, ela está trilhando um caminho mortal.
De repente, as consequências de suas ações começam a aparecer. Obika (Christopher Judge) é atacado por um parasita na areia e o grupo é obrigado a parar, porém esse não é o único perigo. De um lado, uma tempestade de areia tão cortante quanto lâminas e do outro a ameaça de mísseis, o que eles farão? Quando um enxame de parasitas ataca, infectando Octavia, Clarke salva a sua vida e uma decisão deve ser tomada.
Como dito por Charmaine, os grounders são fanáticos por Octavia e não hesitam em formar um escudo humano em volta dela durante a tempestade. Isso custa a vida de onze e machucando vários, incluindo Indra (Adina Porter). Essa mostrou uma mudança discrepante. Continua sendo fiel a Blodreina, porém está mais sentimental, até declarou seu amor por ela. Quem diria? A relação de mãe e filha era clara, mas não esperava ouvir essas palavras da guerreira.
“I’m glad you are alive, big brother. But if you ever speak out against Wonkru again, then you are the enemy of Wonkru and you are my enemy.” Enquanto a líder se recupera, há um acerto de contas com o irmão mais velho. Ao beijá-lo no rosto, o espectador tem a impressão de que há salvação para ela, porém suas próximas palavras provam o contrário. Bellamy recebeu uma segunda chance, sem punições, por conta de seus laços sanguíneos, mas Octavia não será piedosa novamente. Entre um pacifista e uma rainha coberta de sangue poderá existir um acordo?
Nos momentos finais, vemos Charmaine convidando Kane para uma reunião. Ela sabe que os inimigos sobreviveram ao mísseis e precisa de um novo plano. Por isso, aceita a oferta do ex-chanceler, que promete contar tudo a respeito dos membros do bunker e sua Rainha. Considerado um traidor pelo seu povo, será que ele encontrará lugar entre os prisioneiros?
Além disso, Abby recebe a visita de McCreary, sendo revelado que ele é um dos infectados pela doença da mineração. Ao contrário de Vinson, a médica pode examinar esse serial killer. Prevejo o surgimento de confiança na relação entre os dois e, quem sabe, novos casais entre os quatro.
Finalmente, o rover dirigido por Madi (Lola Flanery) chega ao acampamento grounder e a reunião entre os grupos acontece. Pode-se dizer que o beijo entre Bellamy e Echo (Tasya Teles) não agradou Blodreina e nem Clarke. O foco da câmera no olhar da loira pode ser um indício de novos sentimentos, o meu coração Bellarke continua esperançoso.
Shifting Sands é o episódio mais fraco da temporada. Possui uma narrativa confusa devido aos diversos buracos na timeline. Os roteiristas repetem os mesmos erros da segunda e terceira temporada, que possuíam dezesseis episódios cada, quando começaram a ‘encher linguiça’ por falta de conteúdo. Outra possibilidade é o foco em uma temática, deixando diversos plots inexplorados, como é o caso de Harper (Chelsey Reist).
Chelsey foi rebaixada de personagem secundária para figurante. Até o momento, é possível contar nos dedos a quantidade de falas que ela teve, o que pode ser um sinal de morte para a personagem. A loira pode ser a próxima vítima dos ceifadores de The 100 se considerarmos a discrepância em relação ao seu destaque na temporada anterior. Só resta aguardarmos os próximos acontecimentos.
Onde passa na tv: Warner
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