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|COMENTÁRIOS| NOVELA: QUE POBRES TÃO RICOS



Por: Eliza

As novelas sempre fizeram parte da minha vida, desde muito pequena eu as acompanhei (a minha memória mais antiga de uma novela é de “Coração de Estudante”, 2002, quando eu tinha apenas quatro anos), porém o meu amor por elas intensificou-se na adolescência, quando eu tinha por volta de catorze anos. Eu estudava pela manhã e durante a tarde assistia TODAS  as novelas do SBT e algumas da Globo. Com o fim do ensino médio e a entrada na faculdade, acabei abandonando um pouco o meu lado noveleiro, em razão de agora eu estudar no período vespertino. No entanto, graças ao Youtube tenho conseguido manter a minha paixão por novelas.

Aqui pretendo além de fazer uma resenha da novela “Que Pobres Tão Ricos”, realizar também uma comparação dessa novela, atualmente transmitida pelo SBT e originalmente exibida no México em  2013/14, com as dos anos 90.

A história de “Que Pobres Tão Ricos” gira em torno de duas famílias, os Ruiz Palácios e os Mendonça, a primeira muito rica, já a segunda, bastante humilde. Essas duas famílias se encontram e precisam viver debaixo do mesmo teto. A princípio isso será muito complicado, todavia, depois irá se tornar mais suportável para ambos os lados.

Nessa história como já é de praxe nas novelas mexicanas, a grande maioria dos personagens tem algum parentesco, e, a grande briga da novela será entre Miguel  ngelo Ruiz Palácios (Jaime Camil) e Alex Ruiz Palácios (Mark Tacher), primos ambiciosos, porém com uma diferença: Miguel  ngelo viveu em Londres durante 11 anos e batalhou muito para construir o seu patrimônio, enquanto Alex deseja herdar toda a fortuna do avô deles, o senhor Aureliano Ruiz Palácios (Gustavo Rojo). Após a morte do avô, Miguel  ngelo retorna ao México para a leitura do testamento, a partir daí, os problemas começam. Em tal testamento, Aureliano diz que a presidência da empresa será do neto que primeiro esteja formalmente casado e tenha um filho varão. Diante disso, Alex fará de tudo para ficar com a presidência da empresa e a  herança como um todo, para assim deixar Miguel  Angelo na miséria.

Alex acaba dando um golpe na empresa da família e culpando o primo, fazendo ele e sua família (mãe e irmãos) ficarem na pobreza e é dessa forma que o caminho dos Ruiz Palácios se cruza com o dos Mendonça, já que a casa na qual os Mendonça vivem pertence na verdade aos Ruiz Palácios e este foi o único bem deles a não ser bloqueado, pois era o único que não estava no nome de Miguel  Angelo.

A partir desse ponto da história vai surgir o par romântico da novela: Miguel Angelo e Lupita Mendonça (Zuria Vega), como já se poderia esperar de uma novela mexicana, veremos um amor que vai lutar contra a diferença de classe social. A menina pobre se apaixona pelo cara rico e vice-versa. Entretanto, diferente de outras novelas não é ela quem vai morar com ele, mas sim o oposto e também não será ela que demonstrará primeiro estar apaixonada por ele, novamente ocorrerá o contrário.

O fato do personagem de Jaime Camil e sua família terem um declínio da sua classe social, foi um grande acerto da trama. Desse modo, a história conseguiu passar para os telespectadores a mensagem de que o dinheiro é sim importante, mas, a família muito mais.

Outra grande diferença que podemos perceber no casal Lupita X Miguel Angelo é o fato de Lupita não ser a clássica mocinha indefesa a espera de um príncipe encantado para defendê-la, muito pelo contrário, ela é uma mulher muito forte e a todo momento perceberemos que Miguel Angelo é a parte “fraca” do casal.

O drama é uma característica marcante das novelas mexicanas e ele também aparece nessa, contudo de uma forma mais sutil do que nas outras. Não vemos mais os enquadramentos de câmera de antes. Já é coisa do passado a câmera ir focando lentamente no rosto de um personagem, enquanto uma musiquinha dramática toca ao fundo, além disso não vemos personagens conversando de costas um pro outro. Tampouco um excesso de cenas onde vilões ou mocinhos falam sozinhos. O choro exagerado também ficou para trás, os personagens choram, é claro, entretanto isso ocorre de uma forma menos escandalosa e por motivos mais plausíveis, motivos esses capazes de fazer qualquer um de nós deixar algumas lágrimas rolarem por nossas faces.

As maldades desta novela são mais leves também, o foco da novela é o humor (os telespectadores brasileiros parecem preferir novelas mais dramáticas e com mais maldades, como “A Usurpadora” e “Maria do Bairro”), isso somado à pouca divulgação da novela pelo SBT e ao fato de os fãs de novelas mexicanas ansiarem por outras novelas mais famosas, há anos esperadas, fez a novela ter uma péssima audiência, ocasionando em capítulos cortados que estão deixando a narrativa meio sem sentido e acarretando numa audiência menor ainda. Isso é muito triste, pois, além de ser uma novela inédita no Brasil, “Que Pobres Tão Ricos” tem uma história leve que pode ser acompanhada por toda a família. Ademais, praticamente não apresenta várias características presentes em novelas mexicanas dos anos 90, duramente criticadas por telespectadores de novelas brasileiras que dizem não suportar o drama intenso das mexicanas.

Destarte, percebe-se que essa novela é sim clichê, porém apresenta diversas inovações quando comparada às suas antecessoras.

Nota: 5 de 5 

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