|COMENTÁRIOS| REVERIE S01XE01 - APERTUS (PILOT)
Por: Amanda Dias
O novo thriller da NBC é estrelado por Sarah Shahi (Person of Interest e The L Word) que interpreta a ex-detetive especializada em comportamento humano e negociadora de reféns, Mara Kint. Ela aceita um trabalho para ajudar a libertar as mentes de usuários presos em um avançado programa de realidade virtual avançada chamado Reverie.
A premissa une a popularidade dos óculos de realidade virtual, a discussão sobre os perigos da tecnologia e o clichê da personagem principal com um passado obscuro. Além de ser muito semelhante a animação japonesa, Sword Art Online, um hit de 2012 entre os otakus.
“This is a radical problem. Maybe it requires a radical solution.” O pilot começa introduzindo Alexis ‘Lexi’ Barrett (Jessica Lu) criadora do programa que está numa ala clínica observando um dos sete usuários em coma. Ao seu lado está seu parceiro, Charlie Ventana (Dennis Haysbert), quem se preocupa com a possibilidade do quadro se tornar uma epidemia. Por isso, eles devem provar que a situação é reversível antes que os investidores cortarem o investimento.
A solução radical é Mara Kint. Após deixar seu trabalho como detetive, se tornou professora universitária de dinâmica interpessoal. Acompanhada de algumas pílulas e frascos de bebida, ela tenta superar uma tragédia pessoal inimaginável. Quando Charlie aparece oferecer um trabalho, podemos descobrir um pouco mais da relação entre os dois.
Ele se aposentou como chefe da polícia, onde Mara trabalhava, e abriu a própria empresa de segurança privada, sendo contratado por Onira-Tech, dona do Reverie. Agora, Ventana oferece uma oportunidade para a personagem principal trabalhar naquilo que faz de melhor: negociando reféns.
“Reverie is a place where the impossible becomes possible.” O programador de realidade virtual permite o usuário reviver quantas vezes quiser as suas melhores lembranças, dentro de um sonho modificável. Você pode ir onde quiser, modificar a sua aparência e trazer os entes queridos de volta a vida. Isso é possível a partir de algo chamado “pegada de mídia social”, utilizando vídeos, fotos e suas publicações nas redes sociais. Entretanto, há um efeito colateral: alguns estão viciados em seus mundos fantasiosos que seus subconscientes cortaram laços com a realidade, consequentemente entrando em coma. Estão presos em seus próprios sonhos.
Kint é a perfeita candidata para entrar em Reverie e convencê-los a acordar. Ela possui um mestrado em psicologia pela Stanford e foi treinada pelo FBI em contraterrorismo especializado. Infelizmente, ela não pôde salvar sua família. A irmã, Jamie (Aadila Dosani) foi assassinada pelo marido (Christopher Redman) após ele descobrir que iria deixa-lo, o que também custou a vida de sua sobrinha. (Madeleine McGraw).
Ela aceita a oportunidade e vai até a sede da Onira-Tech, onde conhecemos a Inteligência Artificial, Dylan (voz por Kai Scott). Lexi explica que Reverie está em fase de testes, durante o último ano esteve trabalhando em uma nova versão que permite interação entre dois usuários, isso fará com que Mara converse com os usuários em coma.
Ao adquirir o neuroimplante, se torna difícil para a audiência distinguir a realidade do fantasioso. Por exemplo, conhecemos Paul Hammond, oneirologista chefe (área da ciência responsável por estudar os sonhos), mas inicialmente não está claro se estão na empresa ou no software. De qualquer modo, ele criou as máquinas que tornam possível modificar os sonhos e será um importante aliado para Mara. Se eu shippei? Claro!
O título do episódio é Apertus, o que significa abrir. É a palavra chave utilizada para entrar na Caixa, um módulo de treinamento de Reverie. A bela fotografia e efeitos especiais dignos para um pilot tornam a experiência bem utópica, o que ajuda a diferenciar da vida real. Um detalhe importante é que eles não podem ver o que acontece com o usuário dentro do sonho, se a experiência for muito intensa a única saída é dizer exitus. Consequentemente, ela está por conta própria.
Contra a recomendação de Charlie e Paul, a ex-detetive quer começar a libertá-los imediatamente. O primeiro é Tony Lenton (Joshua Bitton): há duas semanas ele pediu ao irmão (Christopher Rosamond) que cuidasse da sobrinha (Kyla Matthews) durante o fim de semana. Ele pensava que Tony precisava de um tempo sozinho após o falecimento da esposa, Naomi (Hannah Levien). Após recriá-la no programa utilizando tudo o que podia encontrar e baixando para o software, ele ficou preso.
Como nem tudo são flores, a primeira tentativa de resgatá-lo é falha. Tony percebe rapidamente que ela não deveria estar ali e sua mudança de humor começa a sobrecarregar o programa e ele a expulsa de lá. Entretanto, essa não é a maior preocupação. Paul consegue monitorar a atividade cerebral dela e percebe um pico no meio do sonho, quando ela vê a sobrinha. Fica claro que a tragédia em seu passado irá se manifestar na realidade virtual, o que pode atrapalhar ou ajuda-la a seguir em frente.
A segunda tentativa é bem-sucedida, mas o número de casos continua a aumentar, será que ela é capaz de libertar todos antes que seja tarde demais? Seja pelas condições médicas ou pela ameaça do corte de investimento, não há muito tempo.
Também, descobrimos que Dylan é uma recriação do irmão mais novo de Lexi e, provavelmente, o que originou a ideia de criar um software que revive pessoas e momentos. Além disso, os roteiristas não deixaram de adicionar o típico clichê: o envolvimento do governo. Ao longo do episódio, Charlie conversou por telefone com uma mulher, Monica Shaw (Kathryn Morris), uma agente do departamento de defesa que investe secretamente na tecnologia.
Finalmente, a primeira metade de Apertus foi morna, assim como a audiência, mas os últimos minutos prenderam a atenção. A premissa é boa e não surpreende o formato episodial, algo que desagrada parte do público, mas não há problema se o encaminhamento da narrativa for bem desenvolvido. Reverie não encanta tanto quanto promete, porém possui potencial se sair dos clichês. Afinal, alguém se surpreendeu com o aparecimento de Brynn?
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