|CINEMA| EU VI FROZEN
Depois de tanto ouvir falar sobre Frozen, resolvi dar uma chance a esse filme e acabei me surpreendendo. O enredo é simplesmente maravilhoso.
A obra traz a história das irmãs Elsa e Anna que a princípio eram muito amigas. Elsa tem poderes mágicos, de forma que é capaz de criar gelo, geada e neve, tais poderes encantam Anna, fazendo com que ela e Elsa sempre se divirtam com toda essa magia. Entretanto, um acidente envolvendo Elsa, seus poderes e Anna acontece e como resultado disso, os pais das garotas decidem isolar as meninas no castelo, até que Elsa aprenda a controlar os seus poderes, esta então passa a viver com medo de ferir sua irmã, que após o acidente foi levada até o rei Troll, curada por ele e teve suas lembranças sobre os poderes de Elsa completamente apagadas. No entanto, esse esquecimento não adiantará de muita coisa, visto que Anna acabará descobrindo dos poderes da irmã. A partir daí que toda a trama começará a se desenrolar.
Esse filme que pode à primeira vista parecer bobo, na realidade tem uma história muito bonita e cativante. Ele dá um grande enfoque no amor fraternal, deixando o amor romântico um pouco de lado, coisa rara em filmes da Disney, pelo menos no que se refere aos mais antigos.
A obra também nos mostra que nós não precisamos encarar um problema sozinhos, podemos contar com quem amamos e muitas vezes, o amor pode acabar sendo a solução.
Outro ponto interessante é o fato do principal antagonista do filme acabar sendo a própria Elsa, ou melhor dizendo, os poderes que ela não consegue controlar. Se analisarmos isso de um ponto de vista psicanalítico, podemos ver os seus poderes como uma manifestação do id (inconsciente), pois a magia de Elsa funciona de forma análoga aos nossos desejos e impulsos selvagens que têm morada no id, mas que não ficam apenas lá, eles constantemente emergem de alguma forma para o nosso ego (consciente), através, por exemplo, de sonhos ou troca de palavras durante a fala (ato falho), fazendo com que nós entremos em conflito com nós mesmos.
Diante dessa perturbação do inconsciente, devemos então fazer como Elsa e não tentar lutar contra essas forças que nós não sabemos como domar, mas sim encontrar uma maneira de lidar com elas de forma ativa e criativa, tornando-as nossas aliadas, ou seja, devemos tentar sublimar os impulsos inconscientes que veem à tona, de maneira a não sermos dominados por eles.
Gostei muito do fato de Frozen não trazer uma bruxa malvada que deve ser vencida. O fato de Elsa ser uma anti-heroína a aproxima mais da nossa realidade, onde ninguém e cem por cento bom ou mal. Sendo assim, o maior vilão das nossas vidas acaba sendo nós mesmos, ou melhor, a parte de nós que foge ao nosso controle, o nosso inconsciente.
Frozen superou todas as minhas expectativas e com certeza vale muito a pena ser assistido.
5 de 5 estrelas.
Confira o trailer abaixo:
Por: Eliza

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