|COMENTÁRIOS| REPRISAL 1ª TEMPORADA - COMPLETA
Comecei Reprisal por acaso e não me arrependendo nem um pouco, a série com sua fotografia old school e seu plot de vingança ganharam um espaço no meu coração e eu espero realmente que ela seja renovada, por que com certeza ainda tem muito a ser explorado ali.
Doris/Katherine Harlow (Abigail Spencer) faz jus ao título de femme fatale e entrega cenas maravilhosas de sangue, matança e morte aos homens em geral. Desde o início a personagem aparece determinada e bem disposta a não deixar nada e nem ninguém atrapalhar seu plano de vingança, mesmo ela obviamente não tendo tido tanto tempo para se preparar assim. A melhor coisa sobre a personagem é sem sombra de dúvida sua frieza, mesmo em seu caminho sangrento ela se mantém fria, educada, raramente ela perde o temperamento, essa é a prova do quanto o “ocorrido” a afetou, afinal após um trauma como aquele fica difícil voltar para a vida onde as palavras eram ditas livremente e as ações não tinham consequências.
Além de fria, a Doris também é extremamente manipuladora e vimos isso na relação com o Wiit (W. Earl Brown) e com o Ethan (Mena Massoud). O Witt era obviamente apaixonada por ela, antes mesmo de conhece-la e a Doris se aproveitou disso, o culpando e o usando para dar continuidade ao seu plano, o que eu não julgo afinal, foi ele que a encontrou e deu corda, infelizmente o final dele foi trágico, mas não mentirei dizendo que não estava esperando algo do tipo.
Quanto ao Ethan, bem, ele só teve a infelicidade de ter um surto na frente da pessoa errada, a cena da Doris vendo ele surrar o cara, com aquela música de fundo enquanto analisa a situação é um frame perfeito de como ela funciona, observando, analisando e vendo o que se pode tirar proveito da situação. Acaba que o Ethan se torna um personagem muito bom, começou como um mero espião e acabou desenvolvendo laços importantes que trouxeram um equilibro em relação ao plot de vingança, digamos que ele acrescentou mais histórias para sem contadas. Eu particularmente não gosto muito de romances, mas no caso dele com a Meredith (Madison Davenport), achei que foi válido para a construção da história e para um possível futuro, caso a série seja renovada.
Impossível falar da série e não falar das gangues aka famílias, primeiro temos os Banished Brawlers, depois os Ghouls e por fim a Monster Ring, de longe a melhor e mais honesta dessa bagaça inteira. Os Brawlers são a principal, uma “família” forjada a ferro e fogo onde os membros matam e morrem um pelo outro e infelizmente se matam também, tudo em prol do bem maior, o que no fim não passa de mais um babaca querendo poder e se utilizando de um laço afetivo para isso.
A ideia dos Brawlers é boa, sólida, uma família de verdade, um lar, um local para beber e se divertir e servir a uma causa, é claro que os perdidos do mundo iam adorar isso e em teoria é algo bom, mas infelizmente a realidade não é essa e a Doris está mais do que feliz em mostrar para todos a verdade por trás dessa família tão unida. Claro que teve momentos que ela exagerou um pouco, mas no fim, nada do que ela fez foi errado, e os que sabem do “ocorrido” sabem disso.
Ao falar dos Ghouls trago minha única crítica da série, paralelo ao plot da vingança tivemos esse plot da guerra sendo construído e citado o tempo inteiro, como se fosse a pior coisa do mundo a se acontecer a própria terceira guerra mundial, ai o Joel (Rodrigo Santoro) pega 5 caras, uma marreta e praticamente acaba com os Ghouls sozinho? Achei isso completamente desconexo com tudo que havia sido apresentado até ali, a cena foi bonita, poética até, mas também foi extremamente forçada, pois os Ghouls praticamente não revidaram e ao longo da série eles estavam se preparando para guerra também, deviam ao menos ter dedicado um tempo de tela maior para o tão esperado embate.
Por fim temos a Monster RIng, uma dupla que se torna gangue e que dá vida ao plano da Doris. Earl (Craig Tate) e Cordel (Wavy Jonez) são incríveis, a forma como trabalham e como interagem com a Doris são ótimas e bem necessárias, afinal ela precisa de gente que diga a verdade na cara dela e isso o Witt nunca ia fazer. Não sei como a dinâmica deles funcionará a longo prazo, mas creio que caso a série seja renovada dará com certeza para encaixa-los em algum plot interessante, ambos têm muito a oferecer.
Menção honrosa ao Red River Phoenix, meu trio do amor que me surpreendeu bastante, principalmente no final. Matty (Rhys Wakefield) e Johnson (David Dastmalchian) junto com o Ethan formaram uma equipe de verdade e perceberam que não precisam do Brawlers para ser uma família, algo que eles forçaram durante a temporada inteira.
Recomendo a série para todos que curtem uma boa matança, com porradaria, sangue e muito tiroteio mesmo – a sequência do assalto ao Bang-a-Ring que o diga. E como diria a maravilhosa Rihanna, “rom pow pow pow mate um homem”.
4 de 5 estrelas.
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