|RESENHA| BRUXA AKATA

Autora: Nnedi Okorafor

Ano: 2018 / Páginas: 322

Editora: Galera Record
Nota: 4 estrelas 

Sinopse

Sunny tem 12 anos e sempre viveu na fronteira entre dois mundos. Filha de nigerianos, nasceu nos Estados Unidos e é albina. Uma pária, incapaz de passar despercebida. O sol é seu inimigo. Castiga a pele e a expõe aos olhares curiosos. Parece não haver lugar onde ela se encaixe. É sob a lua que a menina se solta, jogando futebol com os irmãos. E então ela descobre algo incrível – na realidade, ela é uma pessoa-leopardo em um mundo de ovelhas. Sunny é alguém com um talento mágico latente, é uma agente livre. Uma pessoa com poderes que nasceu de pais comuns.

Logo ela se torna parte de um quarteto de estudantes mágicos, pesquisando o visível e o invisível, aprendendo a alterar a realidade, sendo escolhida por um mentor e conseguindo, enfim, sua faca juju — com a qual é capaz de fazer seus feitiços. Mas isso será suficiente para que encontrem e impeçam um assassino em série que está matando crianças? Um homem perigoso com planos de abrir um portal e invocar o fim do mundo?

Resenha

Uma ideia brilhante, um tema interessante, uma visão necessária e infelizmente uma finalização que deixa a desejar. Bruxa Akata é um livro de mitologia africana, mas para além disso, ele conta uma história repleta de elementos culturais e históricos que não recebem o devido protagonismo nas histórias atuais.

A carga cultural que esse livro traz é enorme, e mesmo sendo um livro de fantasia, a autora traz elementos reais e interessantes que fazem que o leitor queira saber mais e mais sobre esse mundo diverso e pouco explorado que é a mitologia africana. 

Mesmo sendo crianças, Sunny, Chichi, Orlu e Shasha conseguem segurar muito bem o protagonismo do livro, a autora soube trabalhar bem o fato deles serem crianças, com a parte mitológica e com as responsabilidades que eles tiveram que enfrentar, e mesmo sendo muito irritantes em alguns momentos – menos o Orlu, ele é um anjo – o leitor consegue estabelecer um vínculo com eles ao longa da história. 

O ponto alto do livro é com certeza toda a novidade dessa mitologia, as pessoas leopardos, seus poderes, sua história e acima de tudo sua sociedade, que embora coexista com a das ovelhas, é muito mais rica e interessante. Fiquei muito curiosa em relação aos níveis e divisões da sociedade leopardo, além de como cada grupo funcionada, essa mistura de fantasia com uma pitada da realidade local – o  livro se passa no continente Africano – contribui para a história que a autora quer contar e conta, de uma forma muito boa e inteligente. 

Porém, nem tudo são flores e no caso de Bruxa Akata, achei que o fim deixa um pouco a desejar, a autora parece ter corrido e desfecho ficou rápido demais e até um pouco confuso, e essa é a minha única crítica ao livro. Mesmo sendo parte de uma trilogia, queria ao menos que o final dessa primeira parte tivesse sido mas concreto, de resto, espero ansiosamente pelo lançamento do segundo livro aqui no Brasil