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|EU VI| 'DESOBEDIÊNCIA'



Depois de procurar um pouco eu achei um cinema na minha cidade que estava exibindo Desobediência – as grandes redes que tem por aqui, Cinemark, Cinepolís e UCI não irão exibir o filme. 

Desde que saiu a primeira sinopse e as imagens eu fiquei muito curiosa para ver como seria o filme e claro, criei várias teorias na minha cabeça, além de shippar loucamente o casal que eu mal conhecia , mas já considerava pacas. 

A história que o filme trás é uma realidade muito comum entre a comunidade LGBTQ+. É incontável o número de LGBTQ’s que acabam tendo que se “adequar” ao padrão heteronormativo por causa de religião, principalmente essas religiões que são mais rígidas em relação a isso, e passam a viver uma vida triste e conformada como a própria Ronit (Rahcel Wiesz) descreve em uma cena do filme. 

Confesso que o filme me surpreendeu, pelos trailers e sinopse eu assumi que o foco seria na personagem da Ronit e não da Esti (Rachel McAdams), mas adorei ter sido na Esti e na história da construção dela em meio aquele ambiente. Afinal, não é fácil sair, mas com certeza ficar é pior ainda. 

A história da Esti toca na maioria dos pontos enfrentados pelos LGBTQ’s nesse tipo de situação: a descoberta, a primeira experiência, a dúvida, a compreensão de que você não pode mudar e que não a nada de errado com você, e essa representatividade é de muita importância em tempos que pessoas da comunidade LGBTQ’S continuam sendo julgadas e mortas pelo o que são. 

A cena em que a Esti confessa para o marido (Alessandro Nivola) que foi ela que chamou a Ronit e que ela nunca deixou de querer foi uma das cenas mais fortes do filme, McAdams conseguiu passar o desespero e alivio de fazer quela confissão com maestria e o Nivola se mostrou a altura com todas aquelas expressões dividido entre a raiva, a negação e no fim a realização.

Como os três era amigos eu acredito que o Dovid (Nivola) já sabia da relação das meninas e por isso que ele não surtou completamente, pois sabemos que muitos casos assim na vida real resultam em morte. Ele se mostrou uma pessoa compressiva e realmente chega a dar um pouco de pena dele, pois o mesmo meio que foi usado pelo Rav (Anton Lesser) e pela própria Esti como uma forma de cura. Não sei bem como funciona a religião deles mas duvido que o “normal” a ser feito nessa situação é “libertar” a mulher como ele fez e ainda basicamente conceder a benção dele naquela cena do abraço.

No geral eu achei um filme muito bom, que cumpre o que promete e ainda surpreende indo além e mostrando que a muito mais á história LGBTQ+ do que os clichês que são exibidos constantemente nas telonas por ai. 

4 de 5 estrelas.

Confira o trailer do filme abaixo:

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