|COMENTÁRIOS| SIREN S01XE10 - AFTERMATH

Por: Amanda Dias

“Will you sing to me?” O último episódio da temporada lida com as consequências da batalha e do feitiço das sereias, ameaçando a vida de vários personagens. 

 A primeira cena ocorre poucas horas após o confronto, enquanto Donna (Sibongile Mlambo) luta por sua vida após levar um tiro de Xander (Ian Verdun). Ao perceberem que Helen (Rena Owen) e médicos humanos não poderia ajuda-la, recorrem a Decker (Ron Yuan), quem possui células-tronco extraídos da sereia durante seu aprisionamento na base militar. Isso não a agrada nem um pouco, pois foi torturada. Infelizmente, por estar em forma humana ocorre uma reação adversa e seu estado de saúde piora. 

“Sister is gone.” Como a transformação para sereia exige muita energia, Donna falece em sua forma humana nos braços da irmã, Ryn (Eline Powell), e não retorna ao seu estado natural. Consequentemente, o corpo não será aceito pela colônia e precisam encontrar um local para enterrá-la. E Helen sabe exatamente onde. 

Eles não são humanos: nesse ponto podemos entender mais sobre a origem da misteriosa senhora. Ben (Alex Roe), Maddie (Fola Evans-Akingbola) e Ryn acompanham-na até um lugar escondido no meio na mata e considerado sagrado para a sua família. De acordo com Helen, o cemitério servia como descanso para aqueles presos entre o mundo humano e o das sereias, são os descendentes do Capitão Charles H. Pownall e sua sereia. 

Ao contrário do que a colônia acredita, a filha deles, nascida no meio da transformação, sobreviveu e foi levada para Os Haida. Eram um grupo de nativos, do qual os Bishop são descendentes, que não possuíam medo de metamorfose e ajudaram-na a completar a transição. Ela viveu muitos anos e Helen é sua última descendente, o que torna Ben seu parente. 

Após decidirem enterrar a irmã no local, Ben segue o conselho do pai (David Cubbit) e vai navegar para esfriar a cabeça. Sem conseguir tirar a canção da sereia da sua mente, acredita escutar Ryn chamando-o no fundo do mar e mergulha. Por sorte, Jerry (David Kaye) avisa a garota da saída repentina do colega e ela consegue salvá-lo. 

Ele não é o único afetado pela canção. Ao longo dos últimos episódios, a narrativa de Decker foi voltada para suas tentativas frustradas de capturar a sereia, sua mudança brusca de comportamento e seu vício em uma gravação da voz dela. Por isso, a morte de Donna foi a gota d’água e ele comete suicídio: se afogando no mar. 

Mais um corpo é tudo o que o Sheriff Bishop, interpretado por Gil Birmingham, não precisa. Os recentes acontecimentos violentos e não solucionados em Bristol Cove deixam o Conselho descontente. Mesmo com a iminente ameaça de perder o emprego, ele promete guardar o segredo das sereias.

Entretanto, se depender de Calvin (Curtis Lum) a capital mundial das sereias estará na capa de todos os jornais. Frustrado com a partida de Chris (Chad Rook) e com as mudanças de Xander, decide ligar para uma jornalista e o desfecho está pendente para a próxima temporada. Será que Ryn terá de se preocupar com a mídia também? 

Finalmente, preocupada com a segurança de Ben, a jovem sereia decide se afastar e recomeçar a sua vida na cidade costeira. Se a colônia acredita que ela está morta, não veremos novas criaturas? Ou a falta de comida continuará atraindo novas para a superfície? Após o mau aproveitamento dos caçadores interpretados por Aylya Marzolf e Sedale Threatt Junior, espero que continuem expandindo esse universo na próxima temporada.

Outro ponto importante é o relacionamento de Maddie e Ben. Ao longo das resenhas, me mostrei a favor de uma relação poliamorosa, porém parece moderno demais para a emissora. Ele não está apaixonado, apenas enfeitiçado e espero que sejam capazes de encontrar uma solução. O clichê de personagem principal feminina destruindo relacionamentos com sua chegada é insuportável, principalmente porque Bishop é uma ótima personagem. Será que ela terá tempo para isso com o retorno da mãe? 

Aftermath foi um balde de água fria para aqueles aguardando um episódio com o mesmo nível de ação que o anterior. Isso não o torna ruim, mas diferente. A fórmula das season finales costuma condensar eventos repletos de suspense em uma narrativa acelerada, deixando um cliffhanger para uma possível futura temporada. Ao finalizar a maioria das storylines, a audiência fica se perguntando se realmente acaba daquela maneira. Será que os roteiristas não arriscaram pela possibilidade de cancelamento? Afinal, o tema místico foi pouco utilizado no universo das séries e a abordagem obscura é ousada. 

Siren obteve os melhores números de audiência do canal Freeform, se tornando uma das séries de maior sucesso dos canais pagos durante a midseason. Com retorno previsto para 2019 e uma encomenda de 16 episódios, talvez a produção tenha dificuldade de manter a qualidade. Apostando em um cast diversificado e repleto de novos talentos, mal posso esperar para descobrir o que essa narrativa ainda tem a oferecer. Não posso deixar de destacar a ótima performance de Eline Powell, quem encontrou o papel ideal nessa sereia peculiar. 

As minhas apostas para a segunda temporada são: a continuação da caçada das sereias por militares, a chegada de uma jornalista curiosa podendo se unir a policial Marissa (Tammy Gillis) e a adaptação da sereia em terra-firme. 

RIP Donna, não pensei que fosse sentir sua falta.