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|COMENTÁRIOS| MODERN LOVE 1ª TEMPORADA - COMPLETA


Modern Love, série inspirada na coluna e podcast de mesmo nome do jornal New York Times, fala sobre amores. Contudo, não apresenta somente o amor romântico convencional, aquele em que nosso pensamento se projeta a um ideal restritivo, e um tanto conservador. Mas, nos agracia com um amor de várias facetas, conforme a necessidade, conforme as circunstâncias. Um amor que se reinventa e se adequa. O amor que denota cuidado, preocupação, respeito. Que inspira amizade, fraternidade e nos dá a sensação de aconchego. O primeiro episódio nos convida a um ar familiar, e a ter também um olhar delicado e bonito sobre as pessoas e suas vivências.

O segundo episódio nos fala sobre amores atemporais. Sobre recomeços, recaídas, erros e acertos. O amor é muito mais do que se pode quantificar, e que muitas vezes sobrevive mesmo em meio à condições tempestuosas. Adverte que segundas chances podem ser bem-vindas caso aproveitadas. A prova de fogo se faz presente, e a depender do sentimento e/ou situação tudo pode mudar em um instante.

Quem sou eu? Lexi (Anne Hathaway) responde. O episódio 3 (Me aceita como eu sou, quem quer que eu seja) é bastante intenso e confuso à primeira vista. Se houvesse uma palavra para descrevê-lo seria: dualidade. É uma amostra bem impactante da realidade de alguém com transtorno de personalidade borderline. Da fase maníaca, com toda a agitação e euforia, à fase melancólica, que reserva à pessoa um estado depressivo onde ela pode vivenciar todo esse misto de emoções às vezes em um mesmo dia. Como as relações amorosas são romantizadas e o quanto essa mudança de humor, decorrente de um transtorno psíquico pode afetar uma gama de aspectos psicossociais da pessoa. Dos pontos altos de toda a série, o pensamento gritante de Lexi: "O cara que não quer nem o pêssego com machucadinhos, aceitaria uma psique danificada?" 

Esse episódio tratou de conexões, de amizade e confiança. O quanto o amor necessário para o momento talvez seja o de um amigo. Alguém que esteja disposto a ouvir, quando estivermos preparados para falar. O questionamento final que restou foi: Como querer que outros me aceitem como sou, se não sei quem sou?

Nos 5 episódios seguintes vimos de tudo um pouco. Claro que não podia faltar a terapia de casal. Foi visto aquele amor necessitado da verdadeira atenção, de ser bom ouvinte e humilde. De deixar o orgulho de lado e se desculpar sinceramente caso seja necessário. 

O quanto a autopromoção da imagem pode ser prejudicial num relacionamento. Sobre ser significante e não tão superficial nas relações. A questão da transferência, da busca de uma figura paterna, complementar à uma falta anterior. Dos mal-entendidos, da busca de suprir uma lacuna instaurada. Do desejo de uma figura paterna, ao desejo de ser pai. De tudo que implica na adoção, a responsabilidade, compreensão e amor. Por último, um amor que não tem idade, não perece, mas renova-se e persiste.

A série é antológica, leve e sentimental na medida. Mostra que nem tudo são coincidências, e que às vezes tudo pode estar conectado. Em 8 episódios de aproximadamente 30 minutos cada, mostra-se de forma despretensiosa os anseios, amores, emoções, amizades e medos. Histórias reais em que você é convidado a participar de tudo, experimentando junto aos personagens os extremos de suas vidas, e a se deliciar com amores únicos e múltiplos. 

Por: Nataly Oliveira

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